Navegantes, Bandeirantes, Diplomatas: Conclusão – Uma História Que Deu Certo

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Resumo de Navegantes Bandeirantes Diplomatas – Conclusão da obra de Synesio Sampaio Goes Filho. Boa leitura!

Nos últimos cem anos, não houve país do continente que não se tivesse envolvido em algum problema sério de fronteiras. Com uma exceção, o Brasil. Com território de 8,5 milhões de km², praticamente a metade da América do Sul, e fronteiras terrestres de 15.719 km, não disputou limites com nenhum de seus vizinhos. Tordesilhas, antes da descoberta do Brasil, Madri e mesmo Santo Ildefonso, na Colônia, os tratados de limites do Império e os arbitramentos e os acordos da época do Barão são marcos miliares de uma jornada exitosa.

O “uti possidetis”, o princípio básico das negociações dos tratados coloniais, continuou a ser muito valioso para a diplomacia do Brasil independente. Com a doutrina estruturada em torno dele e da validade apenas supletiva do Tratado de Santo Ildefonso e, ademais, com a prática homogênea e continua de um grupo de diplomatas de relevo, conseguiu o Império assinar bons acordos de fronteiras. Na República, essa tradição foi renovada, e o Barão do Rio Branco, Chanceler de 1902 a 1912, é o nome tutelar que a história vinculou ao fechamento definitivo da longa linha que separa o Brasil de dez Estados (só não se limita com o Chile e o Equador).

Um último assunto. Alguns diplomatas brasileiros evitam tratar publicamente dos problemas de fronteira: poderiam abrir antigas feridas… Não parece que seja bem assim. Em primeiro lugar, as feridas estão expostas nos livros de História Diplomática; a omissão, ademais, poderia ser considerada tentativa de evitar um tema constrangedor, o que não é o caso. Nossos procedimentos foram, sempre, tão bons como os melhores da época, e a história que hoje os relata (basicamente escrita pelo Barão) nada deve, em equilíbrio e qualidade, às de nenhum outro país.

Ao se construir o Palácio do Itamaraty em Brasília, resolveu‑se homenagear três diplomatas, colocando seus bustos na Sala dos Tratados. A especialidade deles era a mesma, fronteiras, o tema básico de nossa política externa até a primeira década do século passado. De um lado, Alexandre de Gusmão e Ponte Ribeiro; do outro, Rio Branco. Estão lá como exemplos de estadistas que, com profundo conhecimento da questão tratada, notável habilidade negociadora e ampla visão política, muito contribuíram para que, no “grande sertão” da história, fossem encontradas as melhores “veredas”.

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Bibliografia:

GOES FILHO, Synesio Sampaio. Navegantes, bandeirantes, diplomatas: um ensaio sobre a formação das fronteiras do Brasil. Brasília: FUNAG, 2015.

Agradecemos à Patrícia Derolle, do E-Internacionalista, pela dica.

A íntegra da obra pode ser acessada aqui.

Rolf Amaro

Nascido em 83, formado em Ciências Sociais, músico, sempre ando com um livro na mão. E a Ana,minha senhora, na outra.

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